Hoje nossa missão era explorar Fez.
Fomos apresentados a nossa guia local,Sabah , que é uma pessoa muito simpática, divertida. Está aprendendo sozinha a falar algumas palavras de português e o Fábio contribuiu para o aprendizado ensinando-a a falar “Vamu nessa, galera”, assim ela nos chamou o dia inteiro. O Moisés depois tentou ensinar um “é isso aí, mano” mas nesse ela teve mais dificuldade.
Saímos percorrendo as ruas de Fez e, diferente de Tânger, a cidade é muito pobre de maneira geral. Com exceção do Palácio, que é grandioso. Paramos para fotos mas estávamos proibidos de fotografar a guarda. Subimos depois para um mirante da cidade e a vista era de um local muito rústico, parecendo aquelas imagens que vemos em filmes bíblicos.
No caminho paramos em um mercado e eu não gostei nem um pouco do lugar. Logo de cara tinha algo parecido com uma cabeça de carneiro meio do avesso nos esperando. O lugar é muito sujo, com o chão coberto de água mal cheirosa e lá comercializam coisas comestíveis, ervas, legumes, peixes e carnes. Não é um lugar para turistas e as pessoas são muito rudes, tem que se ter muito cuidado para tirar uma foto. Tomei uma bronca logo de cara..
Seguimos para a Medina e sentimo-nos crianças de pré escola, pois além do Carlos e do Mário, da simpática Sabah ainda teríamos mais uma pessoa para cuidar de nós, para que ninguém se perdesse. Éramos em 9 pessoas e 4 guias! Quando entramos na Medina entendemos o porquê. Perder-se é correr o risco de não conseguir sair mais…
Já achamos a Medina de Chefchaouen diferente, essa então nem se fala. Os corredores são pequenos, mais escuros, com um amontoado de gente e lojinhas que parece não ter fim. E de repente alguém grita “ Belek, belek” e eis que surge um burro, ou um carrinho de mão ou sabe lá o que pode passar por lá. E novamente uma mistura de coisas, uma cabeça de camelo pendurada era uma das barracas e logo a frente celulares. Conhecemos um curtume onde as peles de diversos animais são limpas, desinfetas em água e cocô de pomba (que tem amoníaco na composição), depois tingidas com produtos naturais ( madeira de sândalo, açafrão, curcuma) e passam por um preparo para dar mais resistência à peça. O resultado são casacos, calças e bolsas extremamente macias, e caras.
No meio daquela confusão paramos para almoçar em um restaurante que era uma portinha e ao entrar sobe-se escadas mil até chegar a um salão das mil e uma noites. Experimentei o cuscus marroquino. Nada de muito significativo a dizer sobre ele. Paramos para um café em uma pracinha e de repente surge um grupo de músicos tocando e o Moisés “incorpora” algum espírito dançarino e começa a dançar algum tipo de dança primitiva e as pessoas formam uma roda para vê-lo dançar.
Encerramos o dia na piscina, relaxando e nos preparando para o dia de amanhã que começaria cedo.
1 Comentário
Cheirinho “especial” no curtume e um ramo de hortelã para amenizar. Piscina do hotel com água trincando de gelada.