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Hoje nosso destino final era Fez. Tivemos uma folguinha dos nossos guias “militares” e saímos às 8 hs. Para chegar em nosso trajeto demos uma volta na cidade e presenciamos algumas cenas curiosas, como um grupo de mulheres se exercitando em um parque, só que a roupinha de ginástica delas era calça, túnica e véu. Deve ser muito confortável mesmo…  Tudo aqui no Marrocos parece grandioso, as casas, os hotéis, as salas e as ruas também. As avenidas são muito largas, com plantas ornamentando-as. O trânsito pode ser um pouco confuso, especialmente nas rotatórias. Fomos abastecer as motos e na saída, entrando na rotatória, um tuctuc quase derruba uma das motos do grupo.

Pegamos a estrada subindo uma colina. A estrada era um pouco perigosa pois tem muito óleo derramado pelo chão, muitas curvas e caminhões.Paramos em um portal e  fomos em direção à Chefchaouene, a cidade azul. Paramos para um café em um lugar que tem uma linda vista da cidade e então entendemos o porquê de cidade azul. Boa parte das casas é pintada em azul celeste e isso proporciona um efeito bem especial. Depois de mil e uma fotos, descemos para conhecer a cidade de perto. Estacionamos as motos e fomos caminhando até o centro da cidade. Na frente de uma entrada o Mário nos disse, “agora vocês vão entender o que é o Marrocos, vamos entrar na Medina”.

As imagens  e cheiros que iam se sucedendo enquanto caminhávamos por labirintos eram surpreendentes. Pessoas com suas roupas típicas vendendo todo tipo de artigos. Pães empilhados ao alcance das mãos, frutas secas e frescas que não conseguíamos identificar, azeitonas, roupas, sandálias, bolsas, temperos, doces, corantes de roupas, ervas, adornos, enfeites de casa, quadros. Tudo numas mistura desordenada, pelo chão, em minúsculas salinhas, numa bagunça que nos leva a um novo horizonte. Normas de higiene, bobagem. Você vai caminhando e a cada passo as cores e os aromas parecem te envolver. Até que tudo se torna normal porque você vira parte daquilo. Fala-se também em uma mistura de línguas diferentes e mímica e todo mundo se entende. E a barganha de preços faz parte da brincadeira.

O restaurante que almoçamos era muito especial também. A escolha dos pratos foi um capítulo à parte, numa descontração muito gostosa. O grupo muito entrosado. No nosso grupo viajam além de nós quadro, a Suzy e o André, a Valéria que viaja sozinha e pilota a moto e o Sr Esdras e a Ilza, que não gosta de moto e prefere ir no carro de apoio. Hoje o Sr Esdras, ou Dr Esdras, advogado, nos surpreendeu revelando sua idade, 76 anos. Isso mesmo, esse bisavô senta em uma GS 1200 e pilota aqui no Marrocos vindo de Portugal. Tá bom?

O caminho de volta foi sofrido, estava muito quente, mas uma situação ímpar deixou a todos comovidos. Paramos para tomar uma água em um bar no meio do caminho. A dona do bar nos deu uma lição de hospitalidade, generosidade e gentileza. Nós só tomamos água, mas ela com um enorme sorriso no rosto ofereceu biscoitinhos. Sem que percebêssemos saiu e voltou com rosas que colheu em seu jardim e ofereceu a todos, de um por um. Não sabia como nos agradar, levou-nos a conhecer sua oliveira, e ainda nos deu dois litros do azeite que produz e suas azeitonas temperadas. E não aceitou nenhum pagamento. Sorria, acenava, abraçava e sem falarmos nenhuma palavra em comum saímos de lá como amigos. São os seres especiais que encontramos pelo caminho em nossas andanças.

Chegamos a um hotel saído de histórias de xeiques.

 

4 Comentários

  1. Guilherme disse:

    Uma aventura e tanto!!! Curtam muito!! Estamos aqui de olho!!!

  2. Bruna disse:

    Nossa que estradinha incrível!!!! Ameiiii as coisas da Medina!

  3. Christopher disse:

    Gostei do texto e das imagens! Aproveitem muito!!!

  4. Moises disse:

    E como acontecia muitas vezes nas fotos que tirávamos, em uma delas, o senhor de branco esconde o rosto.