Nós sabíamos que o dia seria difícil pois tínhamos 650 km pela frente e teríamos que enfrentar vento e rípio. Então tá. Tomamos o café bem cedo, tentando driblar um grupo de terceira idade da Alemanha que estava no hotel e demos linha.
No primeito trecho, de alfalto, o vento corria solto, meio na diagonal e em frente. Mas controlável. Tínhamos apenas que tomar cuidado com os guanacos pela estrada que vira e mexe cruzavam por ela.Em Bajo Caracoles paramos para completar o tanque em um posto que tinha uma bomba coberta de adesivos de motociclistas. Para abastecermos um rapaz que também atende em um bar e hotel veio correndo para encher o tenque. Foi ele mesmo que preparou meu café depois.
Saindo de lá o vento continuava,mas vinha pelas costas. Sentíamos a cabeça jogada pra frente mas a moto parecia andar sozinha. Eu dormi que foi uma beleza.
Paramos para completar o tanque em Gobernador Gregore. Tomamos um lanche na cafeteria do posto, que é muito boa.
O trecho seguinte da viagem foi um verdadeiro suplício. Quando seguíamos em direção a Tres Lagos o calçamento acabou e começou o rípio. Todo o rípio que pegamos na carreteira chilena não nos preparou para o de hoje. Parecia fundo de rio. Cheio de pedras soltas. A estrada ainda está em obras e tem alguns trechos o rípio fofo era tão alto que parecia impossível passar, quase caímos numa situação dessas. Foram mais de 80 km nessa tensão.
Quando comemorávamos o asfalto uma rufada forte de vento já nos atingiu e penamos com um forte vento lateral até 3 lagos e depois de lá também, até atingirmos El Chalten em uma linda paisagem nas montanhas cobertas de neve.
Chegamos tão exausto que apenas saímos para jantar rapidamente e já desmontamos na cama. Arre égua!