Hoje fomos buscar o baú e devolvemos na Hertz.O Mário mandou uma mensagem que não iria, que estava falido, encerrando a empresa e não tinha dinheiro nem para colocar gasolina. Caso vendesse a moto quitaria todas suas dívidas e teria o nome limpo, não é? O vendedor da Hertz disse que não nos cobraria nada mas que o caso estava no departamento financeiro. Não estamos certos que tudo tenha acabado.
Não tínhamos nem certeza se o nosso cartão de crédito estaria bloqueado por isso não fizemos nada e buscamos um lugar para almoçar por perto do hotel pois além disso chovia bastante. Viramos uma esquina pensando em ir à padaria e vimos um lugar chamado Dote com um anúncio de francezinha na frente. Entramos e vimos um lugar grande e muito bem decorado, uma cervejaria, e o carro chefe eram as francezinhas, como no Porto. Pronto, fomos nós comer as tais francesinhas de novo, só que dessa vez na versão mini. A minha apimentada e sem a carne. Uma delícia, recomendamos. Conversando com o Renato, que nos serviu muito bem, soubemos que a casa havia inaugurado no dia anterior. Portanto, boa sorte a eles! Saindo de lá fomos tomar um café na padaria portuguesa e comer o tal pão de Deus recomendado pela Marcia, uma graça de menina que atende na recepção do Eurostars das Letras e nos fez muitas gentilezas.
Depois, fomos para o quarto giboiar, arrumar as coisas, amargar o final da viagem, e dar uma olhada no blog que mal tivemos tempo de mexer na correria que foi essa viagem.
Um balanço da viagem? Como sempre a experiência que só vem com a vivência. Viajar em grupo é uma coisa nova para nós, se por um lado tivemos a oportunidade de conhecer pessoas incríveis, que levaremos como amigos pela vida, com certeza, tivemos que abdicar de algumas coisas em favor do grupo. Aprendemos que o tempo do grupo é diferente, o ritmo é outro. Cada um tem suas particularidades que devem ser respeitadas mas isso afeta todo o grupo e toda a viagem também. Aprendemos que uma viagem longa, com tanto a ser visto deve ser bem pensada pois o cansaço é muito grande, chegamos a um limite que pode sacrificar a segurança e o prazer do momento. Nessa viagem estivemos por várias vezes próximos aos nossos limites e por isso, as emoções estiveram à flor da pele. Aprendemos que o ser diferente não quer dizer outra coisa a não ser diferente. Isso vivenciamos com a cultura, os costumes, as crenças, os hábitos e as personalidades das pessoas e povos que conhecemos.
O Marrocos? É muito bonito, exótico e diferente. Mas conhecê-lo uma vez me satisfez. Abriu meus horizontes, acabou com muita frescura minha, rss Mas não acho que voltaria.
Mas Portugal? Portugal tocou minha alma, aqueceu meu coração. Esse povo amável, educado, puro e hospitaleiro me fez sentir em casa, acolhida. A beleza dos locais, o respeito às tradições, me deu vontade de ficar por aqui. Aqui vivenciei emoções de regresso à infância, ouvindo a cadência da fala, o sabor e fartura da comida e a simplicidade das pequenas aldeias que visitamos. Aqui quero voltar muitas vezes, com calma, para caminhar pelas ruas, falar com as pessoas e saborear seus preciosos sabores.