Hoje o dia prometia. Acordamos cedo, tomamos o café rapidinho, nos despedimos de Itapema e pegamos a 101 rumo à Tubarão. Entramos depois sentido interior passando por cidadezinhas lindas, como Gravatal, Orleans e Lauro Muller. As cidades são simples e bem cuidadas,com as casas pintadinhas por mais humilde que fossem e o terreno sempre varrido e uma plantinha enfeitando tudo. Pegamos a serra do Rio do Rastro e após um último vislumbre da paisagem o tempo fechou e subimos a serra com neblina forte e uma chuvinha chata. Mais uma vez não consegui fotografá-la. Teremos que voltar outra vez…
Paramos pra almoçar em uma churrascaria em Bom Jardim, a Churrascaria Tropeiro, que tem comida gostosa, vista maravilhosa e atendimento gentil. Ficamos por lá bastante tempo esperando o taxi que levaria a Renata na estrada de terra e como ele se atrasou acabamos saindo tarde para enfrentar os 40 km de terra, às 15:40. O Moisés mandou a bagagem no carro mas o Fábio não quis e partiu com as todas as malas, eu inclusive. O começo da estrada é cheio pedras e achamos que seria moleza. Eu ia alucinada, fotografando como louca a paisagem maravilhosa que nos rodeava. Mas a moleza logo acabou e entramos num lameiro de fazer inveja a qualquer rally. Logo veio o tombo, do Fábio, porque eu, safa que sou, caio de pé… E lá fomos nós, cada vez que a lama surgia eu desmontava e seguia a pé, aliás mal conseguia ficar de pé de tanto que escorregava aquele sabão. Andei pra caramba! E aquela lama ia impregnando a roda e fazendo um grude só e as motos, deslizavam e rebolavam. Lá pelas tantas quando consegui chegar perto eles haviam combinado com um cara de um sitiozinho e ele me levaria no pior trecho do caminho em sua moto, uma valente 125. Fazer o quê, nem questionei, fui lá e subi na bichinha que tinha pedaleira só de um lado e demorou umas 50 alavancadas até pegar. E depois dessa eu nunca mais terei medo de nada na vida porque ele “taca-lhe pau”e desceu por lamaçais inacreditáveis sem diminuir a velocidade nenhuma vez…Eu olhava aqueles lugares e não imaginava como os meninos passariam por lá. Depois de uns 5 km parou num lugar que julgou seguro e me deixou lá, no meio do nada, esperando pelos dois. Que felizmente chegaram depois de uns 15 minutos. Nem eles acreditaram que haviam conseguido. O restante do caminho foi um pouco melhor mas com muitas rabeadas, pontes que mais pareciam pinguelas e uma neblina que fazia que não enxergássemos nada a 5 m de distância. Chegamos na pousada Monte Negro com a noite caindo e tomamos a maior bronca da Rê por sermos 3 malucos!
Um jantar gostoso regado a vinho , boa comida e boa prosa encerrou e dia. Dormimos como crianças embalados pelos sons da mata.