Serra da Canastra e Capitólio 05/2016

Finalmente íamos conhecer a famosa e desafiadora Serra da Canastra. Esse era um desafio que atiçava e Fábio mas que ele achava difícil conseguir realizá-lo levando junto uma "mala", eu. Mas eu não sou uma garupa qualquer, modéstia às favas, então tentamos... Iríamos até Capitólio, conhecendo aquela linda região onde fica o "mar de Minas" e daríamos uma esticadinha até a Serra da Canastra.

Mapa

Dados e dicas:

Distância: 1156 km de asfalto e 90km de terra;

Onde ficar:  Hotel e Spa Engenho da Serra, ótima opção, atendimento gentil, boa estrutura e comida gostosa.

Onde comer: Restaurante Roda Branca em Passos,

1 DIA

Matamos a sexta feira no trabalho e cedo rumo à Capitólio. Almoçamos em uma churrascaria com comida muito gostosa no trevo de passos, o Roda Branca. E seguimos viagem ao nosso destino.O hotel escolhido foi o Engenho da Serra. Enquanto nos aproximávamos do local mais nos encantávamos com a beleza da região.  O hotel fica atrás da barragem da represa de Furnas. O local é muito lindo e o hotel muito bem montado, com várias piscinas, lagos para pesca tão cheio de peixes que os bichinhos dão piruetas pulando na água. Os quartos também são muito confortáveis e o pessoal atencioso. Recomendo!

Chegamos ainda com pique para fazer uma trilha no morro dos macacos que fica na propriedade da pousada. A trilha é pequena mas tem uma subidinha razoável, principalmente depois de 500 km de estrada, mas a vista do mirante é bem bonita.

Jantamos no hotel, que tem meia pensão e fomos dormir ansiosos com o passeio de amanhã, de lancha até os canyons da represa de Furnas.

2 DIA

Acordamos cedo e, após o café da manhã rumamos para o pier. O passeio de lancha saía do hotel e custava R$90,00. Embarcamos na lancha e seguimos navegando e entendemos o porquê do nome Mar de Minas. A represa é muito grande e andamos bastante até chegar aos canyons, que parecem rasgos feitos e não cicatrizados na terra. Cada curva nos mostrava paisagens mais deslumbrantes, até chegarmos a um lugar mágico onde a fenda termina em uma cachoeira. O marinheiro levou o bico da lancha até a cachoeira e os corajosos que ficaram lá sentados tomaram o maior banho de cachoeira. O Fábio ainda teve coragem e pulou na água. Depois de lá passamos na cascatinha e depois paramos para um aperitivo no Porto Escarpas, um bar flutuante na Cachoeirinha da Ilha, administrado por uma senhora muito gentil e comemos uma deliciosa porção de palmito, azeitona preta e pimenta biquinho.

Voltamos ao hotel para almoçar e partimos ao passeio da tarde, trilha do Por do Sol.

A trilha está em uma propriedade particular e custa R$35,00 a ajuda de custo para visitar o local. Seguimos pelas trilhas e visitamos o escorregador de pedra, o mirante, o lago no limite; tudo morrendo de calor pois não levamos trajes de banho e ficamos na seca. Até que outra trilha nos levou ao poço dourado, área de naturismo onde era proibido usar roupa. Aí como somos cumpridores das leis pudemos finalmente dar nosso mergulho... Depois de um jantarzinho regado a vinho dormimos cedo pois o dia seguinte prometia.

3 DIA

Acordamos animados pois tínhamos um grande desafio pela frente, a Serra da Canastra. Seguimos 70 km até São Roque de Minas, onde fica a entrada do Parque Nacional da Serra da Canastra. Optamos por visitar a parte alta da serra. A subida já intimida quem quer acessar o parque, se o cabra não for teimoso desiste alí mesmo. Mas como não é fácil nos fazer desistir, fomos em frente. A portaria do parque não nos transmitiu muitas informações. Seguimos em frente e vou dizer uma coisa, a trilha é pra gente grande, que não é o meu caso mas o que importa é o espírito. São subidas e descidas cheias de buracos, pedras e valas. O meu piloto é bom pra caramba, viu! Mas eu sacudi feito pião em rodeio. Nem pensem em enfrentar a trilha se não for num 4x4 ou em moto compatível. Estávamos tão atentos à estrada que passamos pela nascente do Rio São Francisco. A primeira parada foi no Curral de Pedra, que tem uma vista incrível quando subimos nas pedras. Seguimos até o fim da trilha onde está o início da primeira queda do Rio São Francisco, que de lá despenca 186 mts como a cachoeira Casca D'Anta. Subimos, ou escalamos até o mirante que nos presenteou com um vista de tirar o fôlego do vale e do rio que aqui não é o velho, mas o novo Chico. Descemos e aproveitamos uma das piscinas naturais. Dessa vez não esquecemos o maiô e a sunga.

A fome estava apertando pois já eram 14 hs e tudo o que tínhamos era um pacotinho de castanhas. Não existe infra no local, apenas dois sanitários. Água não era problema, tomamos a água do rio mesmo antes dele desaguar nas piscinas. Emocionante.

Fomos descendo e aí realmente percebemos a dureza do trajeto, coisa que a empolgação da ida não nos deixou ver... Paramos na nascente do Rio São Francisco e alí aconteceu um fato interessante, até mágico. Um pequeno caminho nos levvaa até a estátua de São Francisco de Assis e outro pequeno caminho nos levava à nascente. Estávamos lá quando os passarinhos, selvagens, foram se aproximando, chegando a ciscar em nossas mãos. Cada vez apareciam mais pássaros e pareciam querer se comunicar conosco... Voltamos até a estátua de São Francisco e eles nos acompanharam, voltamos para a estrada e eles foram até lá e não nos abandonaram nem quando ligamos a moto. Ficaram lá parados nos vendo partir...

Já eram 16 hs quando paramos em um pesqueiro que nos indicaram para almoçarmos. A comida era simples, mas honesta. Naquele momento nos pareceu um manjar dos deuses.

Voltamos para o hotel já no escuro e aí foi banho, jantar e dormir como crianças.

4 DIA

De malas prontas, tomamos café com o coração pesado por deixar esse paraíso. Foi tão pouco tempo... Até o clima estava entristecido, uma chuva nos acompanhou no início da viagem Demos uma pequena volta na cidade de Capitólio e pegamos estrada.

No caminho aproveitamos para conhecer a hidroelétrica de Furnas. E não tem jeito, teremos que voltar.